quarta-feira, 9 de março de 2011

Without Choice


O terço pendia entre seus dedos, balançando suavemente quando cruzava suas mãos o qual serviam de apoio para o rosto, e o vestido cuidadosamente trabalhado arrastava-se pelo chão enquanto buscava por uma posição confortável para os seus joelhos.Murmurando baixinho, proferia rezas para alcançar a paz interior, seu corpo tremia suavemente afetado pelas emoções, numa contagem regressiva à espera das lágrimas que prontamente jorrariam de seus globos oculares.
Não era para isso acontecer.Por que o destino tinha que ser tão cruel?
A profunda e autoritária voz de seu pai, ainda rondava por sua cabeça perfurando seus tímpanos, espalhando em por sua alma dor e solidão.
“O casamento já está marcado e os convites distribuídos, nunca erro nas minhas escolhas e não pretendo começar agora”, seu pai ultimou, e em seguida um audível “Sim, senhor” preenche o ambiente.Reconhecia aquela voz, o desgosto por descobrir tal pretendente era imenso, tanto, que por pouco não invadiu a sala despejando palavras ferinas em direção ao seu pai. Supunha ela, aquele era Marc, o homem o qual cortejava sua irmã com palavras de amor puro.Como ousava? “Quem dera ao menos uma vez provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante. Fala demais por não ter nada a dizer”. Era o que queria pronunciar em voz alta para que todos ouvissem, já não bastava sua irmã, precisava dela também.
5506839062_320c43c937_z_large“Deus, perdoe-me”.Exprimiu com um suspiro.A ponta da lâmina presa sob o corpete feria sua delicada pele. “Eu não posso permitir isso. Eu não o amo”. E enquanto erguia-se, observou a cruz cujo filho de Deus estava pregado e fez o sinal da cruz.
Porém antes que pudesse abandonar o recinto, uma mulher com trajes esfarrapados, caminhou pelo corredor acompanhada de uma criança em direção a Jesus.
“Senhor” – Ouviu a mulher sussurrar. “Veio aqui em busca de um milagre. Sei que talvez não seja digna do seu perdão, mas, por favor, permita que meu filho possa crescer e ser tornar algo que eu nunca fui...” -Um soluço ocupou o ambiente.- “Sua doença agrava-se dia mais, dia menos e sequer tenho dinheiro para levá-lo a um médico. Não sei mais o que fazer...”.
Claire segurou com força da bainha da faca.E caminhando lentamente rumo à senhora, entregou-lhe um saquinho contendo uma boa quantia de moedas de ouro.Sorriu carinhosamente, voltando-se para examinar a cruz. “Eu quis o perigo e até sangrei sozinho. Entenda! Assim pude trazer você de volta para mim. Quando descobri que é sempre só você que me entende do início ao fim”. Imediatamente uma sensação de arrependimento apossou-se de meu ser, e percebi o quanto estava sendo ignorante.Eu tinha problemas, mas não era a única, além disso, sempre haveria alguém numa situação pior e enfrentando com garra e determinação. Jesus, o próprio, enfrentou, por nós, então deveríamos ser fortes e enfrentar os nossos problemas.
“Não vale” – Lamentei. “Você abusou do meu estado emocional”.– fiz um pequeno beicinho, e sem demora parti em direção ao meu lar.
A surpresa chegou quando ao adentrar o hall, alguém se lançou ao meu corpo.
“Irmãzinha querida, senti sua falta” – Percebi um chumaço de cabelos negros e compridos e alisei-os.
“Eu também”. Marie em casa? Pensei que estivesse em Paris.
E as surpresas seguiram-se ao notar que meus pais, Marc e Daniel – o meu verdadeiro amor.- sentados nos luxuosos sofás da sala.Minha irmã Marie, prontamente arrastou-me em direção ao sofá próximo a Daniel, cujo sorriu para mim.Não pude evitar sorrir em resposta.
“Claire,querida,temos ótimas notícias.” –Marie segurou minhas mãos,a sensação de enjôo assumiu o controle e uma sombra escura pairou sobre meu rosto.A verdade estava chegando.Mas porque Daniel estava aqui? –Marie ofegou alegremente e prosseguiu. – “Marc,finalmente criou coragem e...” – O ar ficou tenso. “Pediu minha mão, em casamento!” –Marie gritou extasiada.
“O-Oque?” –Senti o ar faltar.Então, eu estava enganada? Senti como minhas bochechas ergueram-se num sorriso.
“Sim. E junto com ele, Daniel fez sua parte!” –E então, o rapaz mencionado estava a minha frente, ajoelhado.
“Claire,aceita casar-se comigo?” Uma forte exclamação fugiu por meus lábios e quando dei por mim,já estava agarrando-o em um abraço.
“Sim! Sim, eu aceito!” –Não percebi as lágrimas escorrendo no rosto de minha mãe, e meu pai discretamente tentando limpar as suas.Estava ocupada demais beijando meu futuro marido.
“Quem me dera ao menos uma vez acreditar por um instante em tudo que existe. E acreditar que o mundo é perfeito. Que todas as pessoas são felizes...”.
Talvez não haja perfeição, mas eu aprendi que para se ter à felicidade, é necessário buscá-la. Arrepio-me ao imaginar o que teria feito caso aquela mulher não tivesse entrado na igreja, entretanto nesse momento,é algo para deixar para trás,simplesmente esquecer.A minha felicidade chegou,e como tal vou aproveitá-la.

2 recadinhos:

Lohane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lohane disse...

Linda, tem um meme pra você lá no meu blog. Está nesta página:

http://dropdeamor.blogspot.com/p/premios-e-selos.html

Um grande Beijo sz

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