terça-feira, 26 de julho de 2011

Everybody Change's

Será que já não sou a mesma?
O que modificou nessa vida?
Poderíamos chamar de cura...Ou uma mera troca de tempo?
Há alguma probabilidade de se deixar de existir...Sem perceber?

Incomoda-me tamanha estranheza.
Destilada nos olhares que me perseguem, junto à desaprovação.
Como uma estranha na família.
Uma desconhecida, invadindo seus mundos e levando tudo a destruição.

Já não sou mais a mocinha. Certo?
Não conseguem reconhecer aquela o qual depositaram sua fé.
Talvez eu tenha estragado tudo...Ignorando um pedido importante.
Levando a todos a ruína.
Bom, vocês estragaram tudo primeiro.
De seus carinhos inexistentes, aprendi a caminhar sozinha.
Vocês conhecem isso? Chama-se independência.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Without Choice


O terço pendia entre seus dedos, balançando suavemente quando cruzava suas mãos o qual serviam de apoio para o rosto, e o vestido cuidadosamente trabalhado arrastava-se pelo chão enquanto buscava por uma posição confortável para os seus joelhos.Murmurando baixinho, proferia rezas para alcançar a paz interior, seu corpo tremia suavemente afetado pelas emoções, numa contagem regressiva à espera das lágrimas que prontamente jorrariam de seus globos oculares.
Não era para isso acontecer.Por que o destino tinha que ser tão cruel?
A profunda e autoritária voz de seu pai, ainda rondava por sua cabeça perfurando seus tímpanos, espalhando em por sua alma dor e solidão.
“O casamento já está marcado e os convites distribuídos, nunca erro nas minhas escolhas e não pretendo começar agora”, seu pai ultimou, e em seguida um audível “Sim, senhor” preenche o ambiente.Reconhecia aquela voz, o desgosto por descobrir tal pretendente era imenso, tanto, que por pouco não invadiu a sala despejando palavras ferinas em direção ao seu pai. Supunha ela, aquele era Marc, o homem o qual cortejava sua irmã com palavras de amor puro.Como ousava? “Quem dera ao menos uma vez provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante. Fala demais por não ter nada a dizer”. Era o que queria pronunciar em voz alta para que todos ouvissem, já não bastava sua irmã, precisava dela também.
5506839062_320c43c937_z_large“Deus, perdoe-me”.Exprimiu com um suspiro.A ponta da lâmina presa sob o corpete feria sua delicada pele. “Eu não posso permitir isso. Eu não o amo”. E enquanto erguia-se, observou a cruz cujo filho de Deus estava pregado e fez o sinal da cruz.
Porém antes que pudesse abandonar o recinto, uma mulher com trajes esfarrapados, caminhou pelo corredor acompanhada de uma criança em direção a Jesus.
“Senhor” – Ouviu a mulher sussurrar. “Veio aqui em busca de um milagre. Sei que talvez não seja digna do seu perdão, mas, por favor, permita que meu filho possa crescer e ser tornar algo que eu nunca fui...” -Um soluço ocupou o ambiente.- “Sua doença agrava-se dia mais, dia menos e sequer tenho dinheiro para levá-lo a um médico. Não sei mais o que fazer...”.
Claire segurou com força da bainha da faca.E caminhando lentamente rumo à senhora, entregou-lhe um saquinho contendo uma boa quantia de moedas de ouro.Sorriu carinhosamente, voltando-se para examinar a cruz. “Eu quis o perigo e até sangrei sozinho. Entenda! Assim pude trazer você de volta para mim. Quando descobri que é sempre só você que me entende do início ao fim”. Imediatamente uma sensação de arrependimento apossou-se de meu ser, e percebi o quanto estava sendo ignorante.Eu tinha problemas, mas não era a única, além disso, sempre haveria alguém numa situação pior e enfrentando com garra e determinação. Jesus, o próprio, enfrentou, por nós, então deveríamos ser fortes e enfrentar os nossos problemas.
“Não vale” – Lamentei. “Você abusou do meu estado emocional”.– fiz um pequeno beicinho, e sem demora parti em direção ao meu lar.
A surpresa chegou quando ao adentrar o hall, alguém se lançou ao meu corpo.
“Irmãzinha querida, senti sua falta” – Percebi um chumaço de cabelos negros e compridos e alisei-os.
“Eu também”. Marie em casa? Pensei que estivesse em Paris.
E as surpresas seguiram-se ao notar que meus pais, Marc e Daniel – o meu verdadeiro amor.- sentados nos luxuosos sofás da sala.Minha irmã Marie, prontamente arrastou-me em direção ao sofá próximo a Daniel, cujo sorriu para mim.Não pude evitar sorrir em resposta.
“Claire,querida,temos ótimas notícias.” –Marie segurou minhas mãos,a sensação de enjôo assumiu o controle e uma sombra escura pairou sobre meu rosto.A verdade estava chegando.Mas porque Daniel estava aqui? –Marie ofegou alegremente e prosseguiu. – “Marc,finalmente criou coragem e...” – O ar ficou tenso. “Pediu minha mão, em casamento!” –Marie gritou extasiada.
“O-Oque?” –Senti o ar faltar.Então, eu estava enganada? Senti como minhas bochechas ergueram-se num sorriso.
“Sim. E junto com ele, Daniel fez sua parte!” –E então, o rapaz mencionado estava a minha frente, ajoelhado.
“Claire,aceita casar-se comigo?” Uma forte exclamação fugiu por meus lábios e quando dei por mim,já estava agarrando-o em um abraço.
“Sim! Sim, eu aceito!” –Não percebi as lágrimas escorrendo no rosto de minha mãe, e meu pai discretamente tentando limpar as suas.Estava ocupada demais beijando meu futuro marido.
“Quem me dera ao menos uma vez acreditar por um instante em tudo que existe. E acreditar que o mundo é perfeito. Que todas as pessoas são felizes...”.
Talvez não haja perfeição, mas eu aprendi que para se ter à felicidade, é necessário buscá-la. Arrepio-me ao imaginar o que teria feito caso aquela mulher não tivesse entrado na igreja, entretanto nesse momento,é algo para deixar para trás,simplesmente esquecer.A minha felicidade chegou,e como tal vou aproveitá-la.

domingo, 6 de março de 2011



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"A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você." (Ralph Waldo Emerson)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Remember your childhood!

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O passado torna-se incerto.
Quando o presente é tomado pelo obscuro.
E o futuro já não é mais uma probabilidade.

Os brinquedos ora perdidos, ora esquecidos.
Jazem escondidos por debaixo de pavios e cimento.
E a liberdade exposta tornou-se almejada com o passar dos anos.

A brisa da tarde junto com os campinhos.
Tornaram-se cenários para janelas, revestidas de cobre.
E os risos e cantos infantis, extinguiram-se junto com o calor do verão.
E a segurança se esconde entre os sussurros do vento.

Para onde foi aquela infância?
Com direito, a papéis coloridos presas em linhas, e correria pelas ruas.
Campinhos de giz e outrora gritos sinalizando passagem para os veículos, que “sem querer” atrapalhava a partida de futebol.
Docinhos e balas da vizinha, sempre bem-vindos!

E então, as risadas tornaram-se gritos.
E como filme de terror viramos prisioneiros, onde o único lugar seguro era o lar.Às vezes.
Expressões de angústia e medo são visíveis, quando fadados a caminharem sozinhos.
Mães, sequer permitem brincadeiras no quintal.
“Tenho medo de sair de casa, sem saber se vou voltar”.

Onde as ruas são cinzentas.
E o perigo estende-se entre as vielas.
Não podemos nos dar ao luxo de rir, pois a felicidade pode ser arrancada.
Como a chupeta de um bebê.
E até mesmo as crianças, sabem os quantos estão desprotegidas.Sabem que o perigo que circula pela cidade, vestindo peles, trajando roupas negras, assume a mente, e a malícia apodera-se.Já não à cura, e tão logo chegam às vítimas.Retirando vidas.

Saber que uma bala perdida percorre pelos cantos, e crianças são induzidas a atividades “adultas”, atos cruéis e vis, é responsável por construir-se mundos sombrios, intermináveis.
Doce infância, para onde você foi?
Quisera eu poder voltar àqueles tempos.


Para para Projeto Bloínquês:
28º Edição Poemas

Doce Desejo



Onde quer que você esteja, desejo-lhe todo bem que puder.Não posso permitir que uma simples, mas profunda dor apague sua estadia em minha vida, não posso negar que você existiu.Pois, apesar de tudo, fui feliz.
Em todo o caminho que percorremos você atraiu-me na sua teia de encantos, manteve-me presa em cordas invisíveis, e a cada dia recebia minhas aprovações constantemente, inevitavelmente deixando que eu te conhecesse.E quando percebi, as cordas atadas estavam tão firmes a ponto de deixar marcas.
E logo eu estava entregando-lhe meu coração sem hesitar, e então você sugou minha alma, junto, para depois, reclamar o seu direito pelo meu corpo, o qual não resistiu entre carícias e sussurros.Você conseguiu uma proeza jamais alcançada, você destruiu minhas barreiras e perfurou fundo em meu ser em busca de verdades, sem que eu ao menos pudesse perceber e tentar me defender.Meu muro desabou, e com perplexidade senti quando você virou a chave destrancando a porta mais obscura.E retirou tudo.
Tudo.Minhas lágrimas de solidão, meu sangue pelas feridas mal-cicatrizadas, meu fôlego com seus beijos, meu suor ao tentar fazer tudo por você, e minha frieza desvanecendo com o toque dos seus dedos levemente quentes, percorrendo minha pele.
Eu te dei tudo o que eu tinha.Desde sonhos e desejos até o meu último suspiro, e mesmo assim, não foi o suficiente para você.Foi o que eu pensei.
E então no meu canto percebi o quanto fui injusta com você, éramos tão jovens, não sabíamos nada sobre isso, e nem como reagir,não havia experiência o suficiente para confirmar que aquilo era real.Eu lhe dei tudo esperando por um futuro totalmente incerto, sim, por que o caminho era longo, e eu soube, você estava assustado.E com uma suave despedida, nos movemos em direção opostas com promessas subtendidas para nos re-encontrarmos, mais uma vez em um futuro próximo.
Meus momentos únicos são quando leio seus recados, saber que você está aproveitando e ainda assim, mantém contato acende sensações há muito tempo, escondidas.
Talvez eu nunca possa devolver o que fez por mim.Mas, minha gratidão será eterna, pois foi você que fez meu corpo renascer das cinzas e aprender a ver o mundo com outros olhos, e foi você que me ensinou a dar valor aos pequenos sentimentos.Você quem mostrou esse nobre sentimento que cresce constantemente sem um ponto final.E embora o caminho seja longo, imaginar que algum dia eu possa retornar aos seus braços é o suficiente para me fazer levantar cheia de esperança dia a dia.


-Pauta para o Projeto Bloínquês:
58º Edição Musical

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Nunca é tarde!

                                            

Um suave, porém tóxico cheiro, misturado de essências adocicadas com química inundou minhas narinas.Sentia meu peito subir e descer buscando por um pouco de oxigênio e enviando-o diretamente ao meu pulmão, o qual suplicava por isso, dolorosamente, e meus ossos pareciam estralar a pequenos movimentos alheios que eu tentava fazer.O colchão sob meu corpo era confortável, porém o pequeno lençol cobrindo minha pele era leve e fino como papel.
Abri meus olhos e espiei em volta.Onde eu estava?No primeiro momento cheguei à conclusão que estava em um quarto, e no segundo supus que poderia ser um quarto de hospital, mas à medida que minha visão turva tornava as formas mais nítidas pude observar os tons mesclas entre creme e vinho, com móveis mogno elegantes, simples, que transpassavam a passagem de tempo, contido em cada detalhe.
Um suave suspirou escapou por meus lábios, ergui-me sobre o colchão sentindo pontadas agudas na cabeça,e enquanto esfregava a testa, perguntava-me que lugar era aquele ou por que estava ali.Uma parte estava aliviada por não acordar ao meio de uma UTI, outra tensa por que não recordar nada sobre aquele local. A suave canção que chegou aos meus ouvidos acalmou meu ser, mandando um vital relaxamento que jamais pudera sentir na vida, ou ao menos me lembrava.As lembranças removiam-se como redemoinhos em minha mente, rápidas e confusas para que pudesse assimilá-las.E quando um aroma tornou-se mais forte, pude ouvir delicados sinos, como canecas chocando-se umas nas outras, e percebi que o cheiro devia-se ao que estava aproximando e os remédios ao meu lado.E então alguém adentrou ao quarto surrando as últimas letras da música, algo como; “Quando eu não estou com você, é como se eu não estivesse comigo”.E então, outra pontada na cabeça.Engraçado! Foi exatamente assim que me senti ao olhar aqueles olhos cinzas e os cabelos loiros bagunçados.Que homem era esse?! Arfei.-Oh! Você acordou! Ótimo! – Ele sorriu carinhosamente enquanto depositava a bandeja com torradas e café sobre meu colo. – Como se sente?
-Minha cabeça dói.O que...Aconteceu? – Ele estava corando? Inutilmente, eu tentava recordar algo que pudesse levar-me a entender quem era aquele rapaz e o que estava acontecendo.Mas as imagens que perpassavam era grandes borrões, e outras coisas que sequer encaixavam-se.
-Querida, eu tentei fazer uma pequena surpresa.-Ele fechou os olhos, triste.-Não fique brava.Eu só estava tentando consertar as coisas, eu queria me desculpar.E então você saiu furiosa,e acabou rolando escada abaixo,sim,eu sei,sou culpado,mas eu não suportava mais essa tensão entre nós,eu não quero mais brigar com você.Você pode ir embora, mas, ao menos deixe que eu explique as coisas...-Resignou-se.
-Briga? Surpresa? Sobre o que você está falando?
-Amor.Houve um desentendimento entre nós, ou acaso esqueceu-se de nossa discussão?
-Deus! – Senti meu estômago embrulhar, enquanto minha cabeça girava.- Eu preciso de ar.Eu preciso sair um pouco e respirar, com licença...-Deixando a bandeja de lado e com impulso, levantei da cama e caminhei pelos corredores desconhecidos. “Espera. Eu vou com você!” Escutei, e logo passos me seguiam. Talvez uma companhia, mesmo estranha, fosse boa, e o esquisito era sentir que ele não faria mal algum a mim.
- O que está acontecendo? – Ele perguntou guiando-me pela casa até a porta da frente, por onde observei, estava chovendo.Mas não importava, eu só queria sair, e assim o fiz.Senti o guarda-chuva que ele carregava postar-se acima da minha cabeça, e não reclamei.O resto do caminho foi silencioso até chegarmos em um parque, no qual eu debrucei-me no corrimão de uma ponte. “Quem é você?” –Murmurei.O choque em seu rosto foi agonizante, e tristemente ele respondeu que era um amigo, ou namorado, como eu preferisse.A sensação de formigando percorreu minhas entranhas.”Foi nessa ponte, eu tentei pedir desculpas e ...”-O jovem tirou uma caixa de veludo do bolso.Eu havia entendido. “Aceito” –Sorri, vendo-o engasgar. “Eu não lembro sobre você, mas tenho sensações sobre você, e são boas, sinto que posso confiar. Além disso, seja lá qual foi o motivo da briga, é passado,e se agora eu não lembro,então era boba.Estou feliz,a falta de memória fez-me repensar nas coisas,talvez eu tivesse tomado atitudes erradas se ao menos recordasse.E eu não recordo nada e nem quero,muito melhor assim,não ter lembranças ruins! Assustei-me quando o guarda-chuva caiu aos meus pés,e braços fortes e carinhosos tão desconhecidos e ao mesmo tempo conhecidos rodearam meu corpo.Um delicado pedido de desculpas seguido de um “Eu te amo” fizeram trilhas pelo meu ouvido,e eu retribui o abraço. “Eu vou lembrar de tudo,principalmente de você.Só precisa paciência, você tem?”, comentei e ri. Um murmúrio baixo “faço esse sacrifício” deslizou pelo ar,e ficamos naquela posição curtindo nosso tempo.Não houve beijo,entendi que ele queria me dar o tempo para que eu acostuma-se aquela idéia.E eu gostei da gentileza.


Pauta escrita por Jéssica,para o Projeto Bloínquês.
55ª Edição Conto/História.
57ª Edição Musical
57ª Edição Visual

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mesas de um Bar.



Talvez fosse o 3º copo, não tinha certeza.Mas quem se importava? Eu por enquanto, não.
Gostava de sair durante a noite, principalmente, sexta-feira.O dia seguinte, não tinha nada importante e a cama convidativa seria minha até o entardecer.Uma cama de casal, só minha, afinal, já fazia um bom tempo que não a dividia, com ninguém.
Sentia meus dedos deslizando na superfície lisa do copo, mas, meus olhos seguiam os movimentos ágeis de uma mão sobre folhas brancas.Era um rapaz.Muito bonito, por sinal.Estava desenhando alguma coisa, apesar da distância, era nítido os movimentos circulares, o sobe-desce, muito bem delineado para uma simples escrita.
Constantemente sua presença era notável naquele bar charmoso, todas as sextas, dezoito horas, com caderneta e o estojo, em seguida acompanhado de uma dose de vinho.Sorri ao imaginar o que um homem tão bonito estaria fazendo naquele lugar, sozinho, quando a sexta-feira é o um dia digno de “solteiros à procura”, não que estivesse buscando, mas não queria embrenhar-se entre casais e beijos para torna-se uma vela ambulante.
Num breve momento de audácia chamei o garçom e pedi que oferecesse aquele rapaz uma bebida por minha conta, um ato muitas vezes iniciado por um homem na tentativa de atrair a mulher, eu sabia disso e o garçom também, -sua expressão de espanto era claramente visível - mas esses tempos estavam ficando para trás.Ele assentiu e dirigiu-se ao jovem surpreendendo-o, que ergueu seu olhar confuso e que procurou pelo recinto a causa do ocorrido, seu olhar encontrou o meu e o garçom prontamente confirmou sua dúvida, e então meus lábios contraíram-se em um sorriso para ele, e pude notar um ligeiro e discretíssimo rubor subir por suas bochechas.
Ele aceitou o pedido e conversou algo com o garçom, mas sua reação seguinte causou-se um leve susto, observei enquanto ele recolhia o material e vinha em minha direção, não pude evitar corar quando ele se aproximou da mesa sorrindo gentilmente.Não esperava por aquilo, sinceramente.
-Olá? – Sua voz suave, porém grossa, detonava insegurança.
-Olá.-Retribui o sorriso.
-Eu...Posso sentar? – Com um gesto indicou a cadeira à minha frente.
-Claro!Fique a vontade. – Tomei outro gole da bebida que jazia esquecida na minha frente.
-Gostaria de agradecer pela bebida, e perguntar se poderia lhe fazer companhia.Fico realmente grato, não é todo dia que uma linda mulher oferece bebida para mim, ou para um homem como eu.
-Uma companhia não está nada mal.Mas por que diz isso?! Sinceramente, você é muito bonito, me admiro que não receba cantada e e-mails todos os dias. –Ofeguei chocada.
Ele riu.
-Algumas mulheres sempre aparecem com segundas intenções, se é que você me entende.-Ele colocou o caderno sobre a mesa. –E eu não curto muito disso, gosto de conhecer a pessoa primeiramente. – O dedilhar dos seus dedos denotava vergonha.
-Entendo.Não fique assim, é questão de opinião, e se a pessoa não gosta problema é dela.-Revirei os olhos.-Mas posso contar algo que vai lhe surpreender?
-Por favor.
-Essa é a primeira vez que ofereço uma bebida a alguém, especialmente para um homem.-Ri com sua expressão incrédula.
-Verdade?!- Ele, admirou.
E então, eu ri mais ainda, enquanto o garçom trazia a bebida dele.
-Mas por que essa confiança com minha pessoa?
-Não consigo explicar, apenas fui com a sua cara.Por que a surpresa?
-Por que sinto honrado ao ser o primeiro homem que lhe acompanha em uma bebida.È verdade que não à vejo se relacionar com ninguém por aqui...
-Como sabe? – Cortei.
-Você não é a única que por acaso “foi com a cara de alguém”.–Indicou o gesto aspas com os dedos, rindo.
-Oh! Jura?! – Ele consentiu para mim.
-Não pude deixar de reparar.Você sempre está sozinha, bebendo algo, e totalmente perdida em seus pensamentos.Não vou mentir, quando a notei, imaginei várias maneiras de aproximar-me de você, mas a vergonha falava mais alto.Ou é pura sorte, ou muita coincidência você ter me oferecido uma bebida.
-Ou o jogo “vou desenhar para atrair a atenção daquela moça” funcionou.-Tampei a boca.- É brincadeira, você me atraiu pelos mesmos motivos que eu a você, um rapaz tão bonito perambulando por ai, sozinho.-Ele tomou um gole da caipirinha de saquê, para a minha perplexidade.Ele não gostava de vinho?Questionei-me. 
Ele riu,e em seguida observou-me– Mas o que chamou minha atenção, foi a sua confiança,sabe,eu poderia partir o seu coração.
-Não se pode partir um coração partido.-Sussurrei.
-E quem partiria o coração de uma bela mulher? – Observei ele pender a cabeça para o lado.
-Um insensível...-Hesitei.- Que me abandonou ao altar.-Abaixei a vista, impedindo que ele olhasse em meus olhos.
-Então, com o perdão da palavra, ele é um completo idiota.-O jovem balançou a cabeça em sinal de negação.
-É? – Arqueei minha sobrancelha observando-o.
-Sim! Por duas coisas.Primeira; Porque ele acabou de perder uma mulher maravilhosa. Segunda; Ele deu-me a oportunidade de te conhecer e quem sabe...Consertar seu coração.- Um sorriso malicioso desenhou-se em seus lábios, e eu sem resistir, gargalhei.
-Bom, por que não conta à história desde o início para que eu possa consertar e melhorar ao meu modo. –Continuou. – Sou Jhon, e você?
-Christine....Bem!!! Tudo começou com...


Pauta escrita por Jessica,Projeto Bloínquês - 55ª Edição Músical
 

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